quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Arribas do Oeste



A recente derrocada ocorrida numa praia em Albufeira e que vitimou mortalmente cinco pessoas veio pôr a nu uma realidade que quase todos conhecem mas muitos teimam ignorar. Uma boa parte do nosso litoral está em risco iminente de derrocada e muitas das zonas perigosas encontram-se aqui bem perto, comprova um levantamento feito pela Administração Regional Hidrográfica (ARH) do Tejo divulgado na passada semana pela Agência Lusa.

Só na área abrangida pela entidade, onde se insere a costa oestina, há mais de meia centena de troços abrangidos por faixas de risco, zonas paralelas ao litoral destinadas a absorver a erosão/recuo da costa. No que diz respeito ao Plano de Ordenamento da Orla Costeira Alcobaça-Mafra foram identificadas 22 áreas urbanas em faixa de risco (seis em Alcobaça, três na Nazaré, quatro em Peniche, duas na Lourinhã, duas em Torres Vedras e cinco em Mafra).

De acordo com o Ministério do Ambiente, qualquer tipo de ocupação é “severamente” condicionada ou restringida. De forma a que seja demonstrado “que se encontram asseguradas as condições de segurança necessárias para a ocupação humana dessas áreas” é fundamental que qualquer obra que seja levada a cabo assente numa “fundamentação técnica de índole geológica/geotécnica e evolutiva das arribas”.

Já no que às zonas balneares diz respeito, o levantamento da ARH aponta 30 praias em risco nos concelhos de Caldas da Rainha, Alcobaça, Nazaré, Peniche, Lourinhã, Torres Vedras e Mafra. Nestas situações o Ministério da Educação diz que foi já dado início a medidas de minimização do risco, que passam sobretudo pela reposição ou reforço de sinalização, muita da qual foi vandalizada, bem como delimitação das zonas mais perigosas, tanto na base como no topo das arribas.

in Oesteonline